segunda-feira, 20 de abril de 2015

Chegou a hora de cruzar o seu Jordão



Referência: Josué 1.1-9

INTRODUÇÃO

1. O raiar de um novo ano abre diante de nós novos desafios. Atravessamos o deserto, enfrentamos lutas, tentações, batalhas, perigos. Nesse ano que se passou tivemos dias de festa e dias de luto; dias de celebração e dias de choro; dias em que a nossa cabeça estava untada pelo óleo da alegria e dias em que estávamos cobertos pelas cinzas da tristeza.

2. Como o povo de Israel agora chegou a hora de cruzar o nosso Jordão. Há uma terra a ser conquistada. Há inimigos a serem vencidos. O povo de Israel ansiava por esse momento desde a promessa feita a Abraão. Mais de 500 anos haviam se passado. Mas, agora, chegara o momento. O tempo da oportunidade batia à porta. O tempo oportuno de Deus havia chegado. Era hora de tomar posse da herança.

3. Há muitos sonhos que você tem nutrido há anos: no seu casamento, na sua família, no seu trabalho, nos seus estudos, na sua vida financeira, na sua vida espiritual. Agora, chegou a hora de você também cruzar o seu Jordão, entrar na sua terra prometida.

4. O que você precisa fazer para cruzar o seu Jordão?

I. É PRECISO TIRAR OS OLHOS DA CRISE E SABER QUE DEUS ESTÁ NO CONTROLE – V. 1-2

1. Moisés está morto, uma crise real está instalada – v. 1-2

Moisés o grande líder, o grande libertador, o grande legislador, o grande intercessor está morto. A crise chega repentinamente. Ela vem a todos. Vivemos um crise internacional. O terrorismo ainda é uma ameaça. A paz mundial parece cada vez mais distante. A violência campeia bem ao nosso lado. A miséria convive com a fartura. O desemprego assusta os pais de família. O tráfico de drogas parece resistir a todo expediente da lei e da justiça. O desmoronamento dos valores morais e a desintegração das famílias são verdadeiros terremotos. Os fenômenos da natureza parecem anunciar que estamos mais perto do fim do que jamais imaginamos.

2. Moisés está morto, mas Deus continua no trono – v. 1-2

A obra continua. Precisamos assumir o nosso papel histórico. Às vezes, damos desculpas, dizendo para Deus que não estamos preparados para cruzar o nosso Jordão e tomar posse da terra prometida. Mas com a nossa idade, alguns homens já tinham influenciado o mundo: 1) Alexandre, o Grande já havia conquistado o mundo aos 23 anos de idade; 2) Mozart já havia sido consagrado como o grande gênio da música mundial; 3) Cristóvão Colombo já tinha seus planos feitos para entrar na Índia aos 28 anos; 4) Lutero iniciou a Reforma com 38 anos e Calvino com 21 anos; 5) Joana D’arc fez todos os seus trabalhos e terminou sua missão na fogueira aos 19 anos; 6) Billy Graham aos 40 anos já tinha pregado ao mundo inteiro.

3. Moisés está morto, mas o povo precisa cruzar o Jordão e conquistar a terra prometida – v. 2

Nossa confiança está no Senhor. Nossa vitória não vem dos homens, mas de Deus. Os homens passam, mas Deus continua no trono. Cada geração precisa se levantar e cruzar o seu Jordão, manter o ideal aceso.

João Wesley disse: “Senhor, dá-me 100 homens que não temam outra coisa senão o pecado, não amem ninguém mais do que a Deus, e eu abalarei o mundo”. Ashbell Green Simonton ao morrer aos 34 anos disse para sua irmã: “Deus levantará os seus próprios instrumentos para continuar a sua obra.”

II. PRECISAMOS SAIR DO DESERTO E CRAVAR OS OLHOS NOS NOVOS DESAFIOS – V. 1-2

1. O deserto estéril não é o nosso paradeiro

Não fomos chamados para fazer do deserto o nosso cemitério, mas para conquistar a terra que Deus nos prometeu. Aqueles que duvidaram da promessa foram enterrados no deserto. A incredulidade nos planta no deserto, mas a fé nos leva a cruzar o Jordão.

2. O Jordão precisa ser atrevessado

Aquilo que é impossível para você, é possível para Deus. O Senhor pode realizar o seu sonho neste ano. Você pode cruzar o seu Jordão. Você pode tomar posse da sua terra prometida. Este pode ser o ano da sua vitória: vitória na vida familiar, vitória na vida financeira, vitória na vida espiritual. Aquilo que parecia impossível para você, pode se abrir diante do seus olhos, como o Jordão se abriu para o povo que creu.

Quando abraçamos o projeto de Deus nossos sonhos deixam de ser medíocres. Precisamos ter grandes sonhos, grandes alvos, grandes anseios. João Wesley pregou mais de uma vez por dia durante 54 anos. Viajou a cavalo 200.000 Km. Publicou um comentário de 4 volumes sobre a Bíblia, 1 dicionário de inglês, 5 volumes sobre Filosofia, 4 volumes sobre História da Igreja. Escreveu 3 volumes sobre Medicina e 6 volumes sobre Música Clássica. Seu Jornal ao fim da sua vida, totalizou 50 volumes. No final da sua vida a Igreja Metodista era a terceira maior força evangélica do mundo e a maior igreja evangélica dos Estados Unidos no século XIX.

3. As cidades fortificadas precisam ser conquistadas

Deus não nos chamou para contar os inimigos, mas para vencê-los. Há inimigos que nos espreitam. Há batalhas que precisam ser travadas. Mas a vitória vem do Senhor. Ele vai à nossa frente. Ele quebra o arco e despedaça a lança. Nenhuma arma forjada contra você vai prosperar. Deus é o seu escudo. Possua a sua terra. Desaloje o inimigo. Entre nessa peleja sabendo que o Senhor é quem o conduz em triunfo.

4. O tempo de agir é agora

A vida não é um ensaio. Muitos vivem como se a vida fosse um ensaio. Muitos entram em cena e fazem as coisas sem excelência, pensando que poderão repetir aquele ato. Ledo engano. A vida não se repete. A vida não espera. O que você precisa fazer, deve fazer agora, porque é mais tarde do que você imagina.

III. PRECISAMOS SABER QUE A VITÓRIA VEM DE DEUS, MAS SOMOS NÓS QUE TEMOS QUE CRUZAR O JORDÃO – V. 2

1. Precisamos desromantizar a vida, pois entre a promessa e a terra prometida há um Jordão

Entre nós e os nossos sonhos há sempre um Jordão. Sempre haverá um Jordão a atravessar para tomarmos posse da terra prometida. Não há vitória sem luta. Deus nos promete força e consolo e não ausência de lágrimas.

Há obstáculos em nossa vida que poderíamos chamar do nosso Jordão pessoal: uma pessoa, uma doença, um relacionamento quebrado, um problema financeiro, um pecado, um sonho não realizado.

Deus mostrou o Jordão e lhe deu ordem para atravessá-lo, mas não lhe disse como. Deus não lhe mostrou uma ponte. A ponte para atravessar o Jordão é a fé. Devemos cruzar o nosso Jordão mesmo quando somos fracos, doentes, sozinhos.

Charles Spurgeon – Ele sempre exerceu suas múltiplas atividades quando estava doente. Sofria de gota e atravessava crises terríveis de depressão. Houve época em que sua saúde se achava tão abalada que teve de passar a maior parte do tempo no sul da França para se recuperar. Sua esposa, que ficou inválida após o nascimento dos filhos gêmeos, também superou suas limitações . Embora paralítica, ela dirigiu da cama, um trabalho pioneiro de distruibuição de livros do seu marido. Com 20 anos Spurgeon atraía pessoas de longe para ouvi-lo. Então decidiu construir um templo para 5.500 pessoas. Chamou sua liderança e disse que, se alguém duvidasse de que Deus poderia realizar aquele plano, que saísse. 23 líderes de Spurgeon o deixaram e só ficaram 7. Veja o Jordão de Spurgeon. Ele levou o seu sonho adiante com aqueles 7 líderes. Construiu o templo e durante 30 anos, lotou manhã e noite o Tabernáculo Metropolitano de Londres.

Irmãos, há sempre um Jordão a ser atravessado. Mas o que é o Jordão para aquele que lançou os fundamentos da terra? Que é o Jordão para o Senhor que a mede as águas do oceano na concha da sua mão?

2. Precisamos saber que a vitória vem de Deus e não da nossa força – v. 2

Saber que a vitória vem de Deus nos torna destemidos.

Saber que a vitória vem de Deus nos ajuda a enfrentar os gigantes com ousadia. Podemos dizer aos Golias: “Tu vens contra mim com espada com e com escudo, mas eu vou contra ti em nome do Senhor dos exércitos”.

Saber que a vitória vem de Deus nos impede de cair na fogueira das vaidades. Isso nos mantém humildes.

IV. PRECISAMOS DISCERNIR A VISÃO DE DEUS PARA A NOSSA VIDA – V. 2-4

1. Josué recebeu visão clara sobre o que fazer, onde ir e a quem levar – v. 2-4

O chamado de Deus para Josué foi claro. Deus não o estava chamando para outra coisa, senão para cruzar o Jordão e conduzir o povo à terra prometida. Aquela era a meta de Deus para a sua vida. Josué tinha absoluta certeza acerca daquilo que Deus queria da sua vida.

Deus respondeu três perguntas de Josué:

a) A quem? Todo o povo.

b) Aonde? À terra que eu dou aos filhos de Israel, Canaã.

c) Quando? Agora.

Deus mostra os limites da ação de Josué (v. 2-3): “Todo lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado, como eu prometi a Moisés. Desde o deserto e o Líbano até ao grande rio, o rio Eufrates, toda a terra dos heteus e até ao mar Grande para o poente do sol será o vosso termo” – Josué não deveria digirir-se à Mesopotâmia, Índia, China nem para a Europa. É importante discernir onde devemos colocar o nosso pé. O mesmo Deus que disse que todo lugar que pisar a planta do vosso pé, delimita a geografia da bênção.

2. Qual é o grande propósito de Deus para a sua vida?

O que Deus chamou você para fazer? O que ele colocou em suas mãos para realizar? Qual é a visão de Deus para você? Você está no centro da vontade de Deus? Tem fugido como Jonas? Quem caminha com base na visão, caminha com objetividade. Paulo disse: Uma coisa eu faço. Quem caminha com base na visão caminha com propósito.

Qual é a paixão da sua vida? O que inflama o seu coração?? A visão de Deus para sua vida está relacionado com aquilo que lhe pesa no coração. Deixe de reclamar. Deixe de murmurar. Há um chamado de Deus para você. Há uma obra a ser feita. Qual é a visão de Deus para sua vida?

a) Minha paixão é pregar! Há alguns anos eu tiro parte das férias para pregar. Eu preguei em média uma vez por dia este ano. Preguei pouco.

b) No peito de Hudson Taylor ardia a evangelização da China.

c) John Knox sonhava com a Escócia sendo ganha para Jesus.

d) William Wilberforce sonhava com o término da escravidão na Inglaterra.

e) Spurgeon dizia para os seus alunos: “Meus filhos, se o mundo os chamar para serem reis, não se rebaixem deixando a posição de embaixadores do céu”.

Deus diz para Josué: “Não to mandei eu? Por que estamos ainda acomodados? Por que ainda não colocamos a mão no arado? Por que ainda não cruzamos o nosso Jordão? Por que ainda não tomamos posse da Terra Prometida?

V. É PRECISO VIVER COM O PEITO ENCHARCADO DE ÂNIMO E CORAGEM – V. 6,7,9

1. Deus é contra o desânimo – v. 6,7,9

Deus falou três vezes para Josué ser forte, ter coragem e ânimo. O desânimo é contagioso. Foi por causa dele que toda uma geração de 2 milhões de pessoas morreram no deserto. Sem ânimo ninguém se levanta na crise. Sem ânimo ninguém cruza o Jordão. Sem ânimo ninguém enfrenta o inimigo. Sem ânimo ninguém toma posse da terra prometida. Sem ânimo não se restaura casamento. Sem ânimo não se evangeliza nem se experimenta o avivamento da igreja.

Sem coragem, podemos ter visão que não sairemos do lugar. Quem crê corre riscos. Quem confia sai à batalha em nome do Senhor. Quem crê no Senhor vence os Golias da vida. Josué ganhou tremendas batalhas. Ele não temeu. Ele confiou que do Senhor vem a vitória.

Exemplo: Davi em Ziclague: “… mas Davi reanimou no Senhor seu Deus”.

2. O desânimo nos impede de cruzar o nosso Jordão

a) Há pessoas que são desanimadas por uma causa física – A mulher hemorrágica estava anêmica há 12 anos. Quando Jesus a curou, disse para ela: “Tem bom ânimo” . Por que? Porque ela já tinha cacuete de desanimada. Adquiriu o hábito de desânimo. Agora ela tinha que adotar outro estilo de vida. Tem gente que vive reclamando.

b) Há pessoas que precisam ser curadas do desânimo antes da cura física – O paralítico de Cafarnaum. Além de deficiente, era desanimado. Chegam os 4 amigos e dizem: “Olha, nós vamos te levar até Jesus.” – Ah! Eu quero ficar na cama. – “Você vai então com cama e tudo”. Chegam na casa e a multidão socada na porta e o homem diz: – Eu não falei, tem muita gente. Me leva para casa. Mas eles insistem. Abrem um buraco no telhado. Os amigos têm ânimo, mas ele está desanimado. Quando chega, Jesus antes de curá-lo, diz: “Homem tem bom ânimo”. O que adianta Jesus curar o homem se ele iria continuar desanimado? Ele nem iria fazer festa.

3. O ânimo precisa ser cultivado no coração

O texto nos mostra que o ânimo é gerado no coração de 3 formas:

a) O que produz o ânimo é a promessa de Deus – v. 6 “Sê forte e corajoso, porque tu farás este povo herdar a terra que, sob juramento prometi dar a seus pais”.

b) O que gera o ânimo é agir de acordo com a vontade de Deus – v. 7 “…”. O ânimo é resultado da obediência.

c) O que mantém o ânimo é a consciência da presença de Deus – v. 9: “Porque o Senhor, teu Deus, é contigo por onde quer que andares.” Deus oferece a Josué uma base histórica para a sua confiança: “Assim como fui com Moisés, assim serei contigo” (v. 5). Deus também oferece a ele sua presença contínua e manifesta: “Eu serei contigo, eu não te desampararei”.

VI. PRECISAMOS NOS CONDUZIR SEGUNDO A PALAVRA DE DEUS – V. 7-8

1. Para cruzar o Jorão não basta apenas coragem, é preciso ter também santidade

A geração atual tem sido chamada a geração coca-cola, a geração shopping center, a geração virtual, mas também tem sido chamada a geração analfabeta da Bíblia.

Se queremos cruzar o Jordão precisamos ter uma vida conduzida pela Palavra de Deus. Josué nos dá três princípios e um resultado:

a) Meditar (v. 8) – Quando? Dia e noite.

b) Fazer (v. 7-8) – Como? Não se desviando nem para direita…

c) Falar (v. 8) – De que forma? Sem cessar.

d) Resultado (v. 8b) – Sucesso e prosperidade.

2. Sucesso e prosperidade sem santidade não sucesso nem prosperidade segundo Deus

Deus é quem chama, desafia, dá visão, dá poder e dá vitória. Ele promete um fim glorioso, mas também estabelece os meios. Precisamos agir segundo a Palavra. Precisamos conhecer, viver e proclamar a Palavra. Há poder na Palavra de Deus.

Ilustração: Na pequena cidade de Rochester, Inglaterra, o presbítero John Egglen observava da janela a nevasca. Ele precisava ir abrir a igreja porque o pastor certamente náo conseguiria chegar à igreja naquela noite. Havia poucas pessoas na igreja devido à nevasca. Ele não era pregador, mas abriu a Bíblia no profeta Isaías e pregou: “Olhai para Mim sede salvos, diz o Senhor”. Ali estava um rapaz de 13 anos e essas palavras atingiram o seu coração. O nome do adolescente era Charles Haddon Spurgeon. Quando a Palavra de Deus é anunciada, há virtude do alto!

CONCLUSÃO

1. Estamos no apagar das luzes de um novo ano. Nosso peito se enche de novas esperanças. Temos novos desafios na igreja, na família, no trabalho. Precisamos atravessar o nosso Jordão. Há uma terra a ser conquista e possuída.

2. Ao seu redor há crise. Mas, chama você e lhe faz promessas. É tempo de se levantar e obedecer. É tempo de experimentar os milagres de Deus, pois quando agimso em nome de Deus e para glória de Deus, o Jordão se abre, os inimigos fogem e nós possuímos a terra da Promessa.

Pr. Hernandes Dias Lopes

sábado, 14 de março de 2015

Os perigos da incredulidade



Referência: NÚMEROS 13,14

Não saímos do cativeiro para viver no deserto. O nosso destino é a terra prometida.
A secura do deserto, os pedregais, as serpentes, as areias escaldantes do deserto não são o nosso destino. Nosso destino é uma terra que mana leite e mel. Nosso destino é uma vida abundante.
O povo de Israel tombou no deserto. Fracassou na jornada. Naufragou na fé e não entrou na terra. Vejamos as causas:

I. O SINTOMA DA INCREDULIDADE

1. Dt 1.19-22 – “…”
Deus já havia PROMETIDO a terra e já havia feito uma DESCRIÇÃO da terra (Dt 8.7-9).
Duvidaram da Palavra de Deus e das promessas de Deus.
Pensaram que conquistariam a terra pelos seus esforços e não pela intervenção soberana de Deus.

2. Nm 13.27 – O povo só descobre o que Deus já havia falado: “A terra de fato é boa.”
3. Nm 13.28 – MAS, PORÉM – A incredulidade sempre descobre impossibilidades, olha para as circunstâncias, para os obstáculos e não para Deus.
4. Nm 13.30 – ENTÃO CALEBE – subamos, possuamos, certamente prevaleceremos.

5. A INCREDULIDADE PRODUZ:
5.1. Senso de fraqueza – v. 31 – “Não poderemos subir…” = Eles riscaram as promessas de Deus, eles anularam a Palavra de Deus, o poder de Deus e só enxergaram os obstáculos. Sentem-se fracos, impotentes, incapazes.
5.2. Complexo de inferioridade – v. 31 – “…porque é mais forte do que nós.” = As cidades eram grandes, mas Deus é maior. As muralhas eram altas, mas Deus é o altíssimo. Os gigantes eram fortes, mas Deus é o todo poderoso. A fé olha para Deus e vence as dificuldades. A incredulidade vê as dificuldades e duvida de Deus.
5.3. Desespero e desânimo nos outros – v. 32 – “E diante dos filhos de Israel infamaram a terra.”
5.4. Baixa auto-estima – v. 33 – “…e éramos aos nossos próprios olhos como gafanhotos.” – Eles eram príncipes, líderes, nobres, homens de escol, mas se encolheram. Sentiram-se como gafanhotos, sob as botas dos gigantes. De príncipes a gafanhotos. De filhos do rei a insetos. Estavam com a auto-imagem arrasada.
5.5. Visão distorcida da realidade – v. 33 – “…éramos gafanhotos aos seus olhos.” = Eles são gigantes e nós pigmeus. Eles são fortes e nós fracos. Eles são muitos e nós poucos. Eles vivem em cidades fortificadas e nós no deserto. Eles são guerreiros e nós peregrinos. Arrastaram-se no pó, sentiram-se indignos, fracotes, menos do que príncipes, menos do que homens, menos do que gente, gafanhotos, insetos.

II. OS EFEITOS DA INCREDULIDADE

1. Contagia e conduz o povo ao desespero – 14.1 = Toda a congregação chorou. Só viram suas impossibilidades e não as possibilidades de Deus. Ficaram esmagados de desespero. Não viram saída. Não viram solução. Em Êxodo 15.13-18 – olharam para Deus e cantaram. Agora olham para o inimigo e se vêem como gafanhotos e choram.
2. Contagia e conduz o povo à murmuração – 14.2 = O povo em vez de se voltar para Deus, se volta contra Deus. Em vez de ver Deus como libertador, o vê como opressor. Acusaram a Deus. Murmuraram contra Ele.
3. Conduz à ingratidão – 14.2 = “…antes tivéssemos morrido no Egito.”- O povo se esqueceu da bondade de Deus, do livramento de Deus, das vitórias que Deus lhes dera.
4. Conduz à insolência contra Deus – 14.3 = Acusaram a Deus. Infamaram a Deus. Insultaram a Deus. Disseram que Deus era o responsável pela crise.
5. Conduz à apostasia – 14.3 – “Não nos seria melhor voltar ao Egito?” = Não há nada que entristece mais o coração de Deus do que ver o seu povo arrependido de ter se arrependido. Do que ver o seu povo desejoso de voltar ao mundo e ao Egito. Eles se enfastiaram de Deus, da sua direção, da sua companhia e sustento. Eles se esqueceram dos benefícios de Deus e dos açoites dos carrascos. Quando você deixa a igreja e volta para o mundo, para o pecado, só vê gigantes diante de você e não o poder de deus. Isso leva à apostasia e fere o coração de Deus.
6. Conduz à amotinação – 14.4 = Queriam outros líderes que os guiassem de volta ao Egito. Rebelaram-se contra Deus. Não queriam mais seguir o comando de Moisés. Houve uma insurreição. Um motim. Uma conspiração. Um reboliço. Uma agitação. Uma fermentação no meio do povo.
7. Conduz à rebeldia contra Deus – 14.9 = Amar mais o Egito que o Deus da promessa é rebeldia. Não crer no Deus todo poderoso e se intimidar diante dos gigantes deste mundo é rebeldia. Não andar pela fé é rebeldia.
8. Conduz ao medo do inimigo – 14.9 = O medo vê fantasma, como aconteceu com os discípulos no mar da Galiléia. O medo altera as situações. Josué e Calebe viram os inimigos como pão que seriam triturados. O povo viu os inimigos como gigantes. O povo se viu como inseto. Josué e Calebe se viram como povo imbativo.
9. Conduz à perseguição contra os líderes – 14.10 = Em vez de obedecer a voz de Deus, o povo rebelde decidiu apedrejar os arautos de Deus. Não queriam mudar de vida, por isso, queriam mudar de liderança e se ver livre dela.

III. O QUE FAZER NA HORA DA EPIDEMIA DA INCREDULIDADE

1. Quebrantamento diante de Deus – 14.5,6 = Não adianta discutir, brigar, argumentar, fomentar, jogar uns contra os outros, espalhar boatos. É preciso quebrantamento. É preciso se humilhar debaixo da poderosa mão de Deus.
2. Firmar-se na verdade que Deus diz – 14.7 = Não devemos ser levados pelos comentários, pelas críticas, pela epidemia do desânimo. Devemos nos fixar no que Deus diz. Devemos nos estribar na experiência daqueles que confiam em Deus.
3. Mostrar ao povo como vencer os gigantes – 14.8 = a) “Se o Senhor se agradar de nós” – v. 8 = Quando Deus se agrada de nós, somos imbatíveis. Deus tem se agradado de você? Exemplo: ACÃ – l) Se não eliminardes o pecado eu não serei convosco. 2) Se não eliminardes não podereis resistir os inimigos. b) “O Senhor é conosco, não os temais”- v. 9 – = A nossa vitória não advém da nossa força, mas da presença de Deus conosco. Exemplo: A ARCA – onde estava a arca, havia vitória. c) “Tão somente não sejais rebeldes contra o Senhor” – v. 9 = A única condição de vitória é deixar de mão a rebeldia.
4. Orar intercessoramente – 14.13-20 = A oração de Moisés evita um desastre. Moisés não agride o povo, mas suplica a Deus em seu favor. A despeito do pecado, ele ora e está preocupado com a honra de Deus. Quando o povo de Deus está em crise, nós comprometemos a reputação de Deus. Orar é lutar para que o nome de Deus seja exaltado.

IV. COMO DEUS TRATA A QUESTÃO DA INCREDULIDADE NO MEIO DO SEU POVO

1. Deus traz livramento aos que crêem na sua Palavra na hora H – 14.10 = José, Daniel, Masaque, Sadraque e Abede-Nego, Paulo em Jerusalém, Pedro na prisão.
2. Deus mostra seu cansaço com a incredulidade do povo diante das evidências – 14.11
3. Deus perdoa o povo em resposta à oração e remove o castigo – 14.20 = Perdoados, eles seriam não seriam destruídos ali em Cades Barnéia.
4. Deus não retira as conseqüências do pecado – 14.21-23,27-35 = O pecado está perdoado, mas as cicatrizes ficam como advertência.
A) Eles viram a glória de Deus.
B) Eles viram os prodígios de Deus, mas mesmo assim,
1) Eles puseram Deus à prova dez vezes – v.22.
2) Eles não obedeceram à voz de Deus – v. 22.
3) Eles desprezaram a Deus – v. 23.
ENTÃO DEUS…
1) Mudou o rumo da viagem deles – v. 25.
2) Um ano/um dia – o pecado comete-se num momento, mas custa anos de pagamento – v. 34.
3) Eles não veriam a terra – v. 29-31.
4) Eles não terão o que desprezaram – v. 31. 5) Eles terão o que desejaram – morrer no deserto – v. 31.
5. Deus galardoa os que crêem – 14.24,25 = Calebe – v. 24 – Servo, tem outro espírito, perseverou em seguir a Deus.
6. Deus julga com castigo os amotinadores que insuflaram o povo – 14.36-38
7. Deus não aceita ativismo quando não existe santidade e obediência – 14.39-45 = a) Não há vitória e prosperidade onde há desobediência – v. 41; b) Não há vitória onde o Deus da vitória está ausente – v. 42; c) Não há presença e nem vitória de Deus, onde as pessoas se desviam da vontade de Deus – v. 43; d) Não há compromisso de Deus de abençoar um povo que desobedece Sua Palavra – v. 44,45.

CONCLUSÃO

A terra prometida e Não o deserto é onde devemos viver. Terra farta, onde mana leite e mel. Às vezes a incredulidade nos impede de entrar nesta vida deleitosa. É hora de entrar na terra prometida da vida abundante. É hora de desafiar os gigantes. É hora de deixar de lado a incredulidade e confiar no Deus dos impossíveis. É hora de tapar os ouvidos às vozes agourentas do pessimismo e crer nas promessas infalíveis da Palavra de Deus. Avante, pois, irmãos! Amém.

Rev. Hernandes Dias Lopes.

sábado, 7 de março de 2015

Ladrões da alegria



Referência: FILIPENSES 4.4

Você é feliz? É possível alguém ser feliz neste mundo de tragédias, fome, guerras, violência, assaltos, arrombamentos, estupros, seqüestro, delinqüência, 20 milhões de crianças abandonadas, 4 milhões de abortos por ano, doença, AIDS, acidentes e mortes?

HINO Sou feliz com Jesus = ser e estar = to be = não estou, mas sou.

Fp 4.4 =
1) É ordem = ALEGRAI-VOS;
2) É para todos os salvos = ALEGRAI-VOS;
3) É ultracircunstancial = SEMPRE;
4) Não é situacional = NO SENHOR.

O perigo de sermos roubados… OS LADRÕES DA ALEGRIA:

I. O LADRÃO DAS CIRCUNSTÂNCIAS – Capítulo 1

Você sonhou com um lar feliz. Você acariciou seu filho – hoje ele é rebelde, está nas drogas…

Um acidente, uma enfermidade, um divórcio, um pai que abandonou, reprovação no vestibular, empresa faliu, desempregado, traído pelo cônjuge, namoro acabou, noivado rompido.

Paulo – sua história de sofrimento – Da conversão à morte (narrar).

Jó – perdeu bens – filhos – saúde – companheirismo da esposa – amigos.

Davi – perseguição de Saul. Jeremias – prisão.

Assassinato meu irmão – morte de meu pai.

Ziclague saqueada.

II. O LADRÃO DAS PESSOAS – Capítulo 2

Mágoas, feridas, humilhação, surra, abuso sexual, perseguição, injustiça, calúnia = morte do Levi.

As jovens que atendi estupradas pelo pai e irmão mais velho.

Processo do perdão: Acautelai-vos + confronte + não é silêncio nem dar tempo = Corrie Tem Boon = Caso do Caio (perdoando amante do pai).

Quem odeia fica preso = verdugo – 10.000 talentos X 100 denários

Doenças hamartiagênicas – Confessai os vossos pecados (Sl 32 e 38)

Oséias e Gomer = narrar.

III. O LADRÃO DAS COISAS – Capítulo 3

Sociedade materialista, consumista = Ama mais o carro que o irmão Ex. Carona Kwa Sizabantu.

Ter X Ser = Hoje as pessoas compram o que não precisam, com o dinheiro que não têm, para impressionar pessoas que não conhecem.

Só se preocupam com as coisas terrenas – Só a terra. Só dinheiro, bens, negócios, futebol (papo após o culto).

Seu deus é o ventre = viver para comer = corpo = cosméticos

Salomão = Ec 2 = bebida + riqueza + sexo + fama

Deixa de entregar o dízimo = quebra de maldição só com obediência.

IV. LADRÃO DA ANSIEDADE – Capítulo 4

Os divãs estão lotados, os psicanalistas estão com a agenda cheia. Existem muitas pessoas roendo as unhas, com os nervos à flor da pele. Gente estressada.

Preocupação quanto ao passado = Gente que não se liberta do passado = traumas + feridas + falta de perdão – Fp 2.13 ESQUEÇO-ME…

Preocupação quanto ao futuro = Emprego, estudo, casamento, filhos, saúde, finanças, dívidas. ANSIEDADE = o mal do século – Gente que não vive o hoje, porque está ansioso quanto ao amanhã.

Remédio para a preocupação: 1) Orar corretamente – v. 7; 2) Pensar corretamente – v. 8; 3) Agir corretamente – v. 9.

CONCLUSÃO

Vamos prender esses ladrões da alegria. Vamos algemá-los. Vamos viver livres, seguros e alegres no Senhor. ALEGRAI-VOS SEMPRE NO SENHOR, OUTRA VEZ DIGO, ALEGRAI-VOS. Amém.

Rev. Hernandes Dias Lopes.

domingo, 1 de março de 2015

Duas vidas, dois destinos



Referência: ATOS 27.20-26; JONAS 1.1-5

- Por que homens que crêem no mesmo Deus agem de forma tão diferente?
– Jonas provoca tempestade. Paulo acalma os outros na tempestade. Há muita diferença entre atravessar uma tempestade dentro da vontade de Deus e dentro da vontade de Deus. O que os diferencia é a TEOLOGIA: Jonas tinha uma eleição fechada, Paulo vê o mundo todo como amado por Deus.
– A diferença tem a ver com o resultado das respostas diferentes para as mesmas situações:
1) Jonas não consegue amar os diferentes, só os iguais = Pagão é que se dá bem com os iguais. Cumprimentar, abraçar. Jesus fala que o cristão tem uma reação transcendental – se ferir sua face, volta a outra.
2) Jonas queria fazer missão só entre os que ele gostava = missão para ele era preservar Israel. Só o meu grupo vai para o céu. Exemplo: O SONHO DE JOÃO WESLEY – foi ao inferno e ao céu. Paulo preferia se perder a perder aqueles pelos quais Cristo morreu (Rm 9.3).

I. CONTRASTE ENTRE JONAS E PAULO

1. A viagem de Jonas é sem projeto – Paulo sabe para onde vai =
– Para onde você vai? Para Társis, para o fim do mundo, para a estrada da fuga, para o caminho da desobediência.
– Para onde você vai? Para Roma, para César, vou fazer o que Deus me ordenou. Vou cumprir o calendário de Deus.

2. Jonas usa sua liberdade para fugir – Paulo usa o fato de estar preso para fazer a vontade de Deus =
– Quantos hoje estão fugindo de Deus, fugindo dos compromissos, fugindo do trabalho, tomando navios para Társis.
– Deus quer que você faça sua vontade mesmo só, mesmo doente, mesmo perseguido, mesmo incompreendido, mesmo preso.
– Paulo era o prisioneiro de Cristo – a sua prisão fazia parte do plano de Deus = cartas, crentes estimulados, santos na casa de Cesar.

3. Jonas entra no barco para se alienar = roncar – Paulo entra no navio para se integrar =
– Jonas usa um mecanismo de fuga: O SONO – “Ronca”. Não quer pensar, não quer refletir.
– Paulo se integra. Conhece a todos. Conversa. Conquista. Influencia. Infiltra-se. Ganha o direito de ser ouvido. Faz amizade. Ora, aconselha, adverte, encoraja, parte o pão.

4. Jonas não ora nunca – Paulo entra no barco e ora por todos =
– Jonas é teólogo, mas não sabe o que é oração: Não ora quando Deus fala, na hora da pagar a passagem, de entrar no navio, da tempestade, depois de repreendido.
– Os pagãos oram. Repreendem Jonas por não orar. Paulo entra no navio e é o intercessor. Encoraja a todos. Fala do povo para Deus.

5. Jonas se considera a causa da tragédia – Paulo vê o vento, a tempestade e vê a natureza apenas e sabe que vai chegar =
– Um homem em fuga é causador de tempestade, atrai tragédia.
– Paulo não repreende o vento. Paulo não diz “a tempestade está amarrada.” Ele vê apenas a natureza.

6. Jonas quer ser jogado no mar – Paulo está apaixonado pela vida =
– Jonas quer morrer. Prefere morrer a obedecer.
– Paulo está disposto a morrer para cumprir cabalmente seu ministério.
– Jonas desce: até o navio, porão, mar, ventre do peixe.

7. Jonas perde o respeito de todos – Paulo conquista o respeito de todos =
– Jonas nega seu nome = pomba – paz
– Jonas nega sua fé = diz temer a Deus, mas não o obedece.
– Jonas nega sua teologia = diz crer no Deus todo poderoso, mas o desafia.
– Paulo se torna o homem mais livre do navio. Passa a ser o preso mais ouvido, o líder.

8. Jonas é vomitado no mar e em Nínive prega com raiva – Paulo chega em Malta e abençoa toda a ilha =
– Um prega sem amor. Quer a destruição. Fica triste porque seus ouvintes se convertem.
– O outro ora pelos enfermos: Públio e todos os outros doentes.

9. Jonas quase se envenena de ódio por causa de uma erva – Paulo é mordido por uma víbora e não dá a mínima importância =
– Jonas dá mais importância a uma árvore do que a 120.000 pessoas.
– Paulo não pensa em seu conforto, dedica-se às pessoas ao seu redor.

10. Jonas considera os ninivitas uns bárbaros – Paulo considera os bárbaros uns humanos

11. Jonas ora para a destruição da cidade – Paulo passa três meses orando pelos doentes da ilha – 28.2

II. AS MARCAS DE UM CRENTE INFLUENCIADOR

1. Bom senso realista – 17.9-11, 33-34
– Paulo não diz: o vento está amarrado. Fé, hoje, virou sinônimo de estupidez.
– Gente declarando cura – jogando remédios fora.
– As três moças na Coréia que morreram afogadas – quiseram andar sobre as águas.

2. Sua positividade nas atitudes – 27.21,22
– Não devíamos ter saído não. Mas agora bom ânimo = ministério de encorajamento (Josué e Calebe) = Se o Senhor se agradar de nós, podemos.
– Adágio africano: “Devemos tirar a criança da água primeiro, antes de dar umas palmadas nela.” – Não basta criticar, é preciso ajudar a sair do problema.

3. Seu senso de valor – 27.22b
– Navio é bagatela. Tem valor secundário – A vida tem mais valor que a matéria.
– Damos mais valor a pedra, tijolo, ferro, carro do que a pessoas.
– Mais valor ao carro do que a família. Mais tempo para os negócios do que para os filhos – JOSAFÁ, DAVI, ELI.

4. Seu senso de praticidade – 27.30-32
– Respeita os marinheiros pagãos como os entendidos do mar. De mar quem entende é marinheiro. A presença deles é fundamental.
– Tem gente que despreza a avaliação técnica de uma pessoa só porque ela não é crente.

5. Sua liderança espiritual natural – 27.21-26,34-35
– Ele não se impõe. Ele conquista.. A liderança vai se tornando explícita.
– Ele não se apresenta como Rev. Dr. Prof. Apóstolo Paulo. Ele não vai de colarinho clerical. Ele vai se infiltrando. Vai conquistado. Vai salgando. Vai se inserindo. Na escola, no trabalho, na visinhança. Você é cabeça e não cauda.

6. Sua crença no sobrenatural – 27.23-26
– O anjo fala com ele. Ele ouve a voz de Deus.
– Seu bom senso não o impede de ver anjos.

7. Seu ardor evangelístico – 28.8,9
– Qualidade evangelística = ele se insere nas necessidades da cidade. Ora pelos enfermos. Daí fala de Jesus com poder e o povo o atende.
– Fala de Jesus depois de demonstrar interesse e compaixão.

CONCLUSÃO

- Gente como Paulo salga em qualquer lugar. Influencia, abençoa, faz diferença.
– Nós devemos ter estas mesmas marcas neste navio que está naufragando, que é a nossa sociedade.

Rev. Hernandes Dias Lopes.

domingo, 22 de fevereiro de 2015

O sofrimento do cordeiro de Deus



Referência: ISAIAS 53

INTRODUÇÃO

Quero hoje falar sobre a vida de Jesus. Ele deixou a glória e a companhia dos querubins para se fazer carne e habitar entre nós. Sendo Deus exaltado se humilhou até a morte de cruz. Sendo Deus transcendente se esvaziou. Sendo rei dos reis se fez servo. Sendo infinito tornou-se um bebê enfaixado na manjedoura.
Veio cumprir o plano do Pai. Veio espontaneamente. Veio por amor. Veio buscar e salvar o perdido. Veio para salvar o pecador. Veio para desfazer as obras do diabo. Veio para vencer o pecado. Veio para triunfar sobre os principados e potestades. Veio para levar cativo o cativeiro. Veio para estabelecer o Reino de Deus. Veio para conquistar seu coração e remir a sua vida.
Não veio para ser servido, mas para servir. Não veio para ser aplaudido, mas para ser desprezado. Não veio para ser colocado num trono, mas para ser pregado numa cruz. Nasceu não para viver, mas para morrer.
Hoje vamos acompanhar seus passos, olhas suas feridas, enxergar seu triunfo e perceber sua recompensa.

I. O SOFRIMENTO DE JESUS

Cresceu diante de Deus como um broto tenro numa terra crestada e esbraseante. A terra lhe era inimiga, seca, árida, negou-lhe a seiva. Torturado e retorcido, planta feia e sem nobreza, não atrai quem passa.
v. 2 “…”
Seu sofrimento é repulsivo = ao vê-lo “os homens escondem o rosto.” (v.3).
Seu sofrimento não causa preocupação = “e dele não fizemos caso…” (v.3).
Tem do sofrimento uma experiência íntima e longa = “Homem de dores e sabe o que é padecer…” (v.3).

1. O sofrimento moral
1.1. Rejeição – v. 3
Jesus foi desprezado, mas diz o texto que foi “O MAIS rejeitado entre os homens.”
a) Ele foi rejeitado pelo seu povo = “Ele veio para os seus, mas os seus não o receberam.”
b) Ele foi rejeitado pelos religiosos da sua época = que lhe chamaram de fanático, mentiroso, blasfemo, pecador, beberrão e até de possesso de belzebu.
c) Ele foi rejeitado pela mesma multidão que o ovaciona = empolgada com seus milagres, agora como uma turba, uma súcia sanguisedenta, perversamene grita diante de Pilatos: “crucifica-o, crucifica-o” – “Caia sobre nós o sangue dele.”
d) Ele foi rejeitado pela multidão de discípulos que não gostaram da sua pregação radical = e por isso o abandonaram e já não mais o seguiam.
e) Ele foi rejeitado pelas autoridades romanas que se sentiram incomodadas com Ele = Herodes, o grande, o quis matar quando infante. Pilatos covardemente o entregou para ser crucificado. Herodes Antipas, o escarneceu quando Cristo não quis fazer nenhum milagre para satisfazer seus caprichos.
f) Ele foi rejeitado pelas autoridades judaicas = o sinédrio forjou testemunhas falsas para acusá-lo. Acusaram-no de blasfemo. Cuspiram-lhe no rosto e o levaram a Pilatos.
g) Ele foi rejeitado pelos apóstolos = que na sua agonia maior todos fugiram e o abandonaram.
h) Ele foi rejeitado por Judas = que o traiu e o vendeu por preço iníquo.
i) Ele foi rejeitado por Pedro = que o negou reincidentemente e covardemente, afirmando, jurando e praguejando que não o conhecia.
j) Ele foi rejeitado por Deus = quando se fez pecado, quando se fez maldição. Quando levou sobre si os nossos pecados. “Deus meu, Deus meu….”
k) Ele ainda tem sido rejeitado por todos aqueles que amam mais o pecado que o levou à cruz do que a Ele.

1.2. Humilhação
– O Sinédrio o humilhou cuspindo nele,
– Os soldados o humilharam colocando na sua cabeça uma coroa de espinhos, dando-lhe pancadas na cabeça.
– Jesus foi humilhado ao ter que carregar uma cruz pelas ruas mais agitadas de Jerusalém em pleno dia de festa, sendo companheiro de dois ladrões, como se fosse da mesma estirpe.
– Ele foi humilhado pelos açoites, pela gritaria infernal de seus algozes, pelo escárnio da multidão tresloucada; foi humilhado quando o despiram na cruz e rasgaram suas vestes. “Ele foi humilhado até a morte e morte de cruz.”
– Ele foi humilhado quando clamou que estava com sede e lhe deram vinagre para aguçar-lhe a tortura

2. O sofrimento físico
2.1. Semblante desfigurado – v.2
– Quando Jesus foi pregado na cruz toda maldade do nosso pecado estava sobre ele. Toda feiúra da nossa iniqüidade estava sobre ele. Toda mentira, todo crime horrendo, todo adultério desonroso, toda maldade vil, toda impureza nojenta estava caindo sobre ele. Seu rosto ficou transfigurado. Ele foi feito pecado. Ele foi feito maldição. Naquela hora não havia beleza nele. Ele estava carregando no seu corpo todos os nossos pecados, todas as nossas mazelas, toda a nossa sujeira e desgraça.
– Sua feiúra era a nossa feiúra nele. Suas feridas eram as nossas feridas nele. Suas chagas eram as nossas chagas nele. Sua morte era a nossa morte nele.
– Toda a tragédia do mundo estava sobre ele. Isso é tremendo!

2.2. Torturas crudelíssimas – v. 4b,5,10
– Na noite em que foi preso, sua alma estava angustiada até à morte. Sendo o libertador foi preso. Sendo santo foi escarnecido como criminoso. Sendo Deus louvado pelos querubins foi cuspido pelos homens. Sendo o criador foi açoitado pela criatura.
– Agora, já devorado pelos chicotes, com seu rosto ensangüentado empreende a longa caminhada para o calvário. Sua fronte ferida pelos espinhos. Seu corpo febril lateja debaixo do suplício brutal. Começa a grande marcha para o monte do juízo. A maior marcha da história, não com a roda dos carros de guerra, nem com o estrupido febril dos cavalos, mas com o ruído dos passos de um homem, andando sob o peso de seu próprio cadafalso.
– Jesus marcha arrastando consigo todas as máscaras da humanidade. Marcha debaixo da zombaria da multidão. Caminha cambaleante sob o peso cruel do madeiro. Seu corpo ferido, surrado, ensangüentado titubeia, perde o equilíbrio e tomba esmagado pelo fardo. A multidão brada: o chicote! O chicote! O cortejo macabro prossegue, avança e Jesus debaixo de inflamadas chicotadas e escárnios chega ao topo do calvário.
– A tortura continua. Jesus é erguido naquele leito vertical da morte. Foram seis horas de vergonha e horror. Suas mãos puras e santas, mãos que curaram os cegos e aleijados, mãos que levantaram os mortos e abraçaram as crianças, agora são rasgadas pelos pregos malditos. Seus pés que sempre andaram para levar as boas novas de salvação, foram dilacerados pelos cravos da tortura.
– Ali sofreu dor, sede, vergonha, humilhação, abandono, a morte. Ali desceu ao inferno por nós e arrancou das mãos do diabo as chaves da morte e do inferno.
– Até o universo entrou em convulsão com as dores de Jesus e as trevas cobriram a terra em pleno meio dia e as pedras se arrebentaram de dor e rolaram para os vales.
– Isaías 53.5: “JESUS FOI FERIDO”. Ferimentos, de acordo com a definição de um cirurgião, podem ser classificados por suas características:
1. Contusão = É uma ferida produzida por um instrumento grosso e cego. Esta ferida resultaria de um golpe com vara, como profetizado em Miquéias 5.1: “Ferirão com a vara a face ao juiz de Israel” e Mt 16.67: “O esbofetearam com varas” e Jo 18.22: “Um dos guardas deu uma bofetada em Jesus com uma vara.”.
2. Laceração = É um ferimento produzido por um instrumento que rasga. A laceração dos tecidos era o resultado dos açoites e estes tinham-se tornado uma fina arte entre os romanos, quando o nosso Senhor foi submetido à tortura. O chicote romano era uma tira de couro com várias extremidades, cada uma com uma ponteira de metal ou de marfim, que, quando usado por um perito, o castigado bem poderia dizer: “Sobre o meu dorso lavraram os aradores; nele abriram longos sulcos” (Sl 129.3). Em Jo 19,1 lemos: “Então, por isso, Pilatos tomou a Jesus e mandou açoitá-lo”. Suas costas além de laceradas, a cruz foi colocada e com ela ele foi até o lugar chamado Calvário.
3. Penetração = Trata-se de um ferimento profundo causado por um instrumento pontiagudo. Este ferimento foi causado pelos espinhos da coroa que colocaram sobre a sua cabeça. Os soldados pressionaram este diadema cruz em sua cabeça (Jo 19.2), ferimentos que se aprofundaram quando batiam em sua cabeça com o caniço (Mt 27.30).
4. Perfuração = Perfurar vem do latim e significa “Passar através de”. Traspassaram-me as mãos e os pés” (Sl 22.16). Os cravos de ferro eram cravados entre os ossos, separando-os sem quebrá-los.
5. Incisão = É um corte produzido por um instrumento pontiagudo e cortante. “Um dos soldados lhe abriu o lado com uma lança e logo saiu sangue e água” (Jo 19.34). Esta ferida foi tão grande que Tomé poderia ter posto sua mão dentro dela. Que a contemplação desses ferimentos possa aprofundar o nosso amor por aquele que foi ferido pelas nossas iniqüidades.

II. POR QUE JESUS SOFREU?

1. Porque levou sobre si os nossos pecados – v. 5,6,8
– Quem matou Jesus não foram os açoites, nem os soldados, nem a cruz. Quem matou Jesus fomos nós. Foram os nossos pecados.
– Ali na cruz Ele foi moído pelos nossos pecados. Ali Ele foi torturado. Foi traspassado. Ali o negror dos nossos pecados caíram sobre Ele.
– Ali Ele sorveu o cálice amargo do juízo de Deus, da repulsa que Deus tem pelo pecado. Ali a espada da lei exigiu a sua morte porque Ele foi feito pecado por nós.
– Ali Ele sentiu o próprio desamparo de Deus: Ali Deus julgou o nosso pecado na carne do Seu Filho. Ali Deus condenou a nossa condenação no corpo do Seu Filho. Ali Deus derramou a sua ira que devia cair sobre nós, sobre o Seu Filho. Ali Deus satisfez sua justiça violada por nós, na morte do Seu Filho.
– Cristo morreu pelos nossos pecados. Sua morte foi vicária. Foi substitutiva. Ele tomou o nosso lugar. Na cruz Ele foi abandonado e desamparado para que fôssemos aceitos. Ali Ele foi condenado pela lei para que fôssemos libertos da lei. Ali Ele bebeu o amargo fel para que pudéssemos beber a água da vida. Ali Ele morreu para que pudéssemos ter vida eterna

2. Porque tomou sobre si as nossas enfermidades – v. 4,5,20
– Jesus carregou não só nossos pecados sobre a cruz, mas também nossas doenças, nossas enfermidades. Ali no calvário Ele estava abrindo uma fonte de cura. Ali Ele ficou chagado, ferido, moído, enfermado para que hoje pudéssemos receber dele a cura. “Pelas suas pisaduras nós somos sarados.”
– As chagas dele eram as nossas chagas. As feridas dele eram as nossas feridas. A doença dele eram as nossas doenças.

III. A REAÇÃO DE JESUS AO SOFRIMENTO DA CRUZ

1. Sendo justo e puro foi para a cruz como Cordeiro sem abrir a boca – v. 7,9
– Como reagiu Jesus a todo esse sofrimento? Rebelou-se? Não! Ele sofreu como um cordeiro manso, paciente e silencioso. Quando o levaram a morte, ele não lutou, nem bradou por vingança ou por socorro.
– A ovelha não escoiceia os tosquiadores cujas mãos grosseiras a subjugam e a despem da lã. Assim foi Jesus: presa de violência, nem se defendeu, nem agrediu, sofreu em silêncio. Sofreu voluntariamente, sofreu por amor.

2. Intercedeu pelos seus algozes – v. 12
– Em vez de vingar-se, de falar impropérios e despejar libelos acusatórios contra seus algozes bestiais, Jesus intercede por eles, ministrando-lhes seu amor e seu perdão.
– “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem.”

IV. A RECOMPENSA DE JESUS – v. 11

- “Ele verá o fruto do seu penoso trabalho e ficará satisfeito.” (v. 11).
– Hb 12.2 “…o qual em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia…”.
– A recompensa de Jesus é VOCÊ! É seu arrependimento. É sua volta para Ele. É sua conversão. Rejeitar Jesus é crucificá-lo de novo. É cuspir em seu rosto outra vez. É zombar e escarnecer dele. Recebê-lo, amá-lo é ministrar alegria a Ele. Cristo suportou tudo para conquistar você e o seu amor! Você é a recompensa de Jesus! Amém.

Rev. Hernandes Dias Lopes.